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Foto: Divulgação/Jornal A Cidade de Votuporanga
Sexta-Feira | 14/08/2020
Moradores de Votuporanga compram 3 mil picolés para ajudar dono de sorveteria que teve energia cortada

A voz embargada ao telefone resume um pouco do drama que o mestre sorveteiro Luís Augusto Demori, de 42 anos, está vivendo durante a pandemia de Covid-19. Proprietário de uma gelateria, ele viu as vendas caírem drasticamente e, consequentemente, não conseguiu quitar as contas.

Nesta terça-feira (11), a energia elétrica de seu estabelecimento, que fica na avenida João Gonçalves Leite, em Votuporanga (SP), foi cortada.

Para não ter ainda mais prejuízo, Luís gravou um vídeo e publicou nas redes sociais, anunciando uma promoção. O post viralizou, e clientes fizeram fila em sua gelateria para a comprar seus produtos.

Em entrevista ao G1, ele contou que, em menos de três horas, vendeu todos os picolés e sorvetes que tinha fabricado e que iriam derreter, pois os freezers usados para guardar os produtos foram desligados.

"Eu vendi tudo e não acreditei. Ainda existem pessoas de bom coração. Além dos clientes, o pessoal me ajudou, me deu dinheiro, R$ 100, R$ 200. Ainda existem pessoas boas e dispostas a ajudar, mesmo em uma crise dessa. Eu não tenho palavras para agradecer", conta.

Luís é pai de três filhos pequenos e, assim como muitos comerciantes, continua batalhando para tentar manter o negócio, que foi aberto em setembro do ano passado, com um dinheiro que a família tinha disponível.

"Tive algumas dificuldades no começo e, quando tudo estava se ajeitando, veio a pandemia. Fiquei três semanas fechado. Chegou na Semana Santa, veio o desespero, e comecei a fazer promoções, mas vendia muito pouco. Para você ter ideia, eu cheguei a vender R$ 1, R$ 34 por dia", diz.

Ao G1, o morador de Votuporanga também relatou que vendeu mais de 3 mil picolés nesta terça. Contudo, a quantia recebida, infelizmente, ainda não será suficiente para quitar as dívidas que possui.

"A conta de energia está em mais de R$ 17 mil. Fiz um parcelamento, mas o valor ainda é muito alto. Para ajudar, me deram uma ordem de despejo, e eu pago o aluguel desse prédio também. Eu estou em um desespero muito grande", conta.

Fonte: G1