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Foto: Biosul/Divulgação
Quinta-Feira | 14/03/2019
Usinas brasileiras devem processar 10 milhões de toneladas

As usinas brasileiras devem processar em torno de 10 milhões de toneladas a mais de cana-de-açúcar na safra 2019/2020, que começa em abril, segundo projeções da Datagro.

Em um cenário marcado por meses de clima instável e de novos investimentos para ampliar a produtividade no campo, a moagem total deve chegar a 632 milhões de toneladas da matéria-prima, o que representa um aumento de 1,6% na comparação com o ciclo 2018/2019 que se encerra este mês.

Os números, que antecedem a divulgação das projeções da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), foram apresentados pelo presidente da consultoria especializada, Plinio Nastari, em evento promovido na quarta-feira (13) em Ribeirão Preto (SP), polo de uma das regiões sucroalcooleiras mais importantes do país.

Da moagem total apresentada, 92,24% estará concentrada no Centro-Sul, com 583 milhões de toneladas. Os 49 milhões restantes são esperados das regiões Norte e Nordeste.

A expectativa tem relação com variações no regime de chuvas, que ficaram abaixo da média dos últimos 30 anos no primeiro semestre, acima da média entre agosto e novembro, e em queda novamente entre dezembro e janeiro.

"Isso está fazendo com que as canas disponíveis para a moagem no primeiro terço de safra sejam menos produtivas e as canas disponíveis pro segundo e terceiro terço de safra sejam canas mais produtivas, o que na nossa estimativa deve levar a um aumento acumulado de produtividade de 2% até o final da safra 2019/2020", explica Nastari.

Ao mesmo tempo, os números refletem um aumento da produtividade no campo, garantido por investimentos em inovação e técnicas como o método interrotacional ocorrendo simultaneamente (Meiosi), que consiste em um revezamento de culturas como o milho que acaba protegendo o solo no período de renovação do canavial.

De acordo com o presidente da Datagro, essa técnica representa hoje 50% do plantio da cana.

"Essas novas tecnologias de multiplicação tendem a diminuir a falha de brotação, tendem a reduzir o investimento no plantio e ao reduzir o investimento no plantio você consegue reduzir o ciclo da cana. Então não necessariamente você precisa ter cinco ou seis anos para amortizar esse investimento. Com investimento menor você viabiliza ciclos de cana de três a quatro anos o que faz com que a média de produtividade agrícola aumente na mesma área. É esse crescimento vertical que a gente está enxergando."

Fonte: G1